16 de set. de 2010

Artigo interessante sobre Mortalidade Infantil

Mortalidade infantil em remanescentes de quilombos do Munícipio de Santarém - Pará, Brasil.

Ana Felisa Hurtado Guerrero; Denise Oliveira e Silva; Luciano Medeiros de Toledo; José Camilo Hurtado Guerrero; Pery Teixeira

Saude soc. [online]. 2007, vol.16, n.2, pp. 103-110. ISSN 0104-1290.  doi: 10.1590/S0104-12902007000200010.

RESUMO
Este trabalho é uma análise preliminar da mortalidade infantil em áreas quilombolas do município de Santarém-Pará. Trata-se de uma Pesquisa Domiciliar Censitária realizada no período de março/abril de 2006, por meio de procedimentos de busca ativa de óbitos em menores de um ano de idade, com identificação de sub-registro na população das comunidades de terra firme e de várzea. Os níveis de mortalidade foram obtidos pela técnica indireta de estimação. Encontrou-se diferencial na mortalidade de menores de um ano de idade para os quilombos da área de terra firme e várzea, de 30,4 óbitos/por mil nascidos vivos e de 50,2 óbitos/por mil nascidos vivos, respectivamente. Os resultados evidenciam profundas desigualdades, na medida em que as taxas de mortalidade das comunidades quilombolas são maiores quando comparadas com as do país (27,0 óbitos/por mil nascidos vivos), da região Norte (26,2 óbitos/por mil nascidos vivos), e da população negra rural do estado do Pará (32,9 óbitos/por mil nascidos vivos). Observa-se que nenhuma das taxas de mortalidade dos quilombos alcançou níveis considerados satisfatórios quando comparadas com os parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde em 2005 (menos de 20 óbitos/por mil nascidos vivos). Constata-se que, enquanto a mortalidade infantil vem diminuindo no país como um todo, nos quilombos de Santarém, principalmente os da área de várzea, a probabilidade de uma criança quilombola morrer antes de completar o primeiro ano de vida é bastante elevada, superando a média nacional, regional e estadual e classificando-se como alta, conforme os critérios definidos pelo Ministério da Saúde.

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2 comentários:

  1. Amannda, muito legal esse artigo. Quilombolas e população rurais têm praticamente o mesmo índice de mortalidade infantil, ou seja, imagina como deve ser precário o acesso a saúde! E a taxa de fecundidade total é igual aos dos anos 40/50 (6,8 filhos/mulher), distante da nossa realidade de 2,1 (último censo). Gostei do artigo, obrigada!

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  2. Verdade, Paula! O artigo é mesmo muito interessante. Daí a gente vê a importância de buscar sempre ler publicações científicas, pra ter um conhecimento mais amplo da realidade do nosso Brasil, em locais onde, quem sabe, alguns de nós atuaremos como médicos.

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